Com a reabertura gradual das academias e parques, após meses em isolamento e com poucas possibilidades de manter o ritmo dos treinos, os amantes de esportes estão comemorando. Mas é preciso cuidado nesse retorno para evitar lesões por stress.
Segundo o médico ortopedista responsável pela Seleção Brasileira de Basquete Feminimo, Paulo Roberto Szeles, o número de pacientes com esse tipo de lesão no retorno aos treinos, tem aumentado significativamente.
“A pandemia mexeu com todo mundo, não só fisicamente, mas mentalmente também. Percebo que muitas pessoas que estavam ansiosas para voltar a treinar foram com muita sede ao pote, não respeitando uma adaptação necessária nesse retorno. Não podemos esquecer que sempre que paramos de fazer uma atividade ou diminuímos o ritmo, é preciso ter paciência para retomar aos mesmos níveis de treinamento”, explica Szeles.
A fratura por stress é uma lesão por sobrecarga e acontece justamente quando não há um respeito aos limites do corpo, sobrecarregando os ossos em uma velocidade maior do que sua capacidade de adaptação aos estímulos. Com a musculatura enfraquecida, não há uma absorção adequada do impacto, o que acaba por sobrecarregar as estruturas ósseas até a evolução para uma fratura por insuficiência e por excesso.
Ainda de acordo com o médico, antes de chegar a esse extremo, o corpo já vai dando sinais de que há algo errado. Geralmente, o local que está sofrendo a sobrecarga fica dolorido durante a atividade física e, com o tempo, a dor permanece mesmo quando está em repouso.
“Vários fatores podem potencializar uma lesão por stress, como sobrepeso, sedentarismo, questões hormonais e, principalmente, a velocidade de aumento das cargas de treino. As mulheres, por exemplo, tem mais propensão a ter esse problema. Por isso, sempre que for começar uma atividade física nova ou retomar depois de um tempo menos ativo, é importante ter um acompanhamento médico. Uma avaliação clínica e alguns exames são essenciais para garantir a segurança do atleta”, completa o ortopedista que também cuida de alguns atletas olímpicos de Ginástica, como Caio Souza, e coordena a Residência Médica em Medicina Esportiva da Unifesp.
Para quem já se machucou, a dica é não forçar nenhum movimento, adaptar os treinos, procurar um médico especialista e seguir o tratamento corretamente e pelo tempo necessário. Quanto antes diagnosticada a lesão, mais rápida é a recuperação para um retorno aos treinos totalmente seguro.
Redação Vida & Tal
Fonte: Doppler Saúde MKT