Hoje (14), Dia Mundial da Diabetes, o alerta vai para a prevenção e controle das complicações causadas pela doença, que afeta cerca de 13 milhões de brasileiros, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Caracterizada pela ausência, produção insuficiente ou baixa sensibilidade de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue, a diabetes tem o exercício físico como um dos pilares para o seu tratamento. Mas para isso, é necessário associar exercícios de fortalecimento com atividades aeróbicas pelo menos 150 minutos por semana.
De acordo com o educador físico Gustavo Souza, da Unidade Básica de Saúde Jardim Lídia e Maracá, em São Paulo, tanto atividades físicas quanto nutrição devem fazer parte do tratamento de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e dislipidemias.
“Os exercícios auxiliam na captação da glicose e intensificam a ação da insulina para controlar o nível de açúcar no sangue, daí a importância em medir a glicemia antes de iniciar a atividade física. Caso esse nível esteja baixo, a prática do exercício pode causar a chamada hipoglicemia, ou seja, a baixa concentração de glicose no sangue, levando a tontura, visão turva e palpitações”, afirma.
Gustavo também explica que independentemente da aplicação de insulina, as atividades físicas ajudam na captação do açúcar em até duas horas após o exercício e melhoram a sensibilidade à ação da insulina por até 48 horas.
“O ideal é que a atividade seja de moderada a intensa e que não tenha um intervalo maior que dois dias. Em casa, é possível fazer exercícios de fortalecimento, como agachamento, flexão e abdominal, usando o próprio peso do corpo e aeróbicos como corrida no lugar, polichinelo e pular corda”, exemplifica o profissional, que recomenda estabelecer os exercícios conforme o condicionamento físico da pessoa, com acompanhamento profissional e orientação médica.
A população ainda pode contar com o Programa de Automonitoramento Glicêmico (Pamg), do Sistema Único de Saúde (SUS), que está presente em todas as Unidades Básicas de Saúde. O programa oferece monitoramento dos pacientes em tratamento para diabetes, com apoio no diagnóstico, assim como na oferta de aparelhos e insumos necessários para acompanhamento da enfermidade.
Nas UBS gerenciadas pelo Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim Cejam, entidade filantrópica e sem fins lucrativos, o paciente também conta com auxílio psicológico, físico ou nutricional.
“Por conta da pandemia, temos oferecido assistência por telefone estimulando a prática de atividades físicas em casa ou em espaços sem aglomeração”, finaliza Gustavo Souza.