O Guia Alimentar para gestantes é um complemento específico sobre a alimentação durante a gravidez, lançado pelo Ministério da Saúde. O objetivo é fornecer subsídios aos profissionais de saúde, para que orientem as gestantes da forma mais adequada. O Protocolo de uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na orientação alimentar da gestante, já está disponível para download.
“Partimos da recomendação central do guia, que é dar preferência a alimentos in natura ou minimamente processados e às preparações culinárias ao invés dos ultraprocessados, e seguimos com orientações específicas para esse momento da vida, a partir de evidências científicas atualizadas”, justifica a Coordenadora Geral de Alimentação e Nutrição (CGAN) do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini.
A má alimentação está no topo do ranking dos fatores de risco relacionados à carga global de doenças no mundo, sendo o que mais contribui para a mortalidade. A melhoria nas condições alimentares da população pode prevenir uma em cada cinco mortes no mundo.
“Ao investir em recomendações alimentares acessíveis para a população, o Ministério da Saúde reforça o compromisso com a promoção da saúde e com o desenvolvimento de políticas, ações e programas de qualidade”, declara a Diretora do Departamento de Promoção da Saúde (Depros) do Ministério da Saúde, Juliana Rezende.
Em 2020, das gestantes acompanhadas na Atenção Primária à Saúde (APS) do Sistema Único de Saúde (SUS), 51,9% apresentavam excesso de peso (que compreende o sobrepeso e a obesidade); e 76% consumiram algum alimento ultraprocessado no dia anterior da entrevista, segundo o Relatório Público do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
O protocolo
O protocolo defende que na gestação é particularmente relevante o cuidado com a alimentação. O consumo de uma grande variedade de alimentos in natura e minimamente processados, além da ingestão de água, é uma das principais recomendações, pois ajudam a suprir a necessidade de nutrientes fundamentais para esse evento da vida, como ferro, ácido fólico, cálcio e vitaminas A e D.
A alimentação saudável durante a gravidez favorece o bom desenvolvimento fetal e a saúde e o bem-estar da gestante, além de prevenir o surgimento de agravos, como diabetes gestacional, hipertensão e ganho de peso excessivo.
Destinado a profissionais de saúde de nível superior, para uso no âmbito do atendimento clínico individual, o protocolo organiza a abordagem à usuária em fluxograma. Primeiro, o profissional deve preencher o formulário de marcadores de consumo alimentar do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional com as respostas coletadas da gestante no momento da consulta.
Depois, ele poderá seguir o fluxograma, priorizando as mensagens (curtas e diretas) mais importantes para a alimentação saudável daquela paciente – ou seja, as orientações são personalizadas. Além disso, também há sugestões práticas para todas as gestantes – abrangendo, inclusive, a higienização de alimentos e o ambiente onde são feitas as refeições – e estratégias de superação de possíveis obstáculos.
As recomendações estão estruturadas, inicialmente, com uma orientação principal seguida por sugestões práticas para orientar o que pode ser feito pela usuária, uma justificativa para essas orientações e, por fim, algumas estratégias de superação de possíveis obstáculos.
Este é o terceiro fascículo da série Protocolos de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira, que cujas edições anteriores focaram na orientação alimentar de adultos e de idosos. Essas publicações têm o potencial de contribuir para a qualificação do trabalho dos profissionais e equipes de Atenção Primária do Sistema Único de Saúde (SUS) e apoiar o reforço da disseminação das recomendações para uma alimentação saudável, tornando essas mensagens mais acessíveis à população.
Dicas para as gestantes
– Cuidado com a quantidade de sal e o uso de temperos industrializados. O alto teor de sódio e aditivos pode causar complicações na gestação e aumentar o risco de descompensação na pressão arterial;
-É estimulado o consumo diário de feijão ou outras leguminosas, principalmente combinado com arroz, para manter bons níveis de fibras e de ferro, diminuindo a chance de desenvolver sobrepeso, além de auxiliar em quadros de constipação;
– Especialmente para as gestantes que não consomem carne, é importante ingerir na mesma refeição leguminosas e frutas cítricas (laranja, acerola, limão, caju, etc) ou frutas ou legumes amarelo-alaranjados (como mamão, abóbora e cenoura);
– Evite bebidas adoçadas, como refrigerante e suco de caixinha ou em pó, e também os adoçantes, que podem aumentar a probabilidade de nascimento prematuro e desenvolvimento de asma e sobrepeso em crianças, além de estarem associados a alterações metabólicas nas mulheres;
– Evite os ultraprocessados, como macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote, biscoitos/bolachas salgados ou recheados e guloseimas, pois o consumo desses alimentos pode aumentar a retenção de peso no pós-parto, especialmente se consumidos no último trimestre da gestação. Em gestantes adolescentes, os ultraprocessados estão relacionados ao maior peso dos bebês;
– Consuma diariamente frutas, verduras e legumes, pois esses alimentos são excelentes fontes de vitaminas, minerais, fibras e antioxidantes, nutrientes essenciais durante a gestação. Seu consumo ajuda na prevenção de desfechos negativos, como nascimento prematuro, desenvolvimento de anomalias congênitas e ganho de peso gestacional excessivo.
– As fibras contribuem para o metabolismo glicêmico e o funcionamento saudável do intestino, ajudando a evitar a constipação intestinal, que pode ser comum nessa fase. E para reduzir custos e aumentar a qualidade, priorize legumes e verduras da época e da região e a aquisição desses alimentos diretamente dos produtores;
– O consumo de pequenos lanches, baseados em alimentos in natura e minimamente processados, ao longo do dia pode evitar fraquezas e desmaios comuns nessa fase;
A recomendação é procurar a unidade básica de saúde mais próxima para fazer o acompanhamento de todo o seu pré-natal e receber orientações das equipes de saúde.
Redação Vida & Tal
Fonte: Ministério da Saúde.