A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou nesta segunda-feira, 06, a extensão da indicação de secuquinumabe, da Novartis, para o tratamento da hidradenite supurativa (HS). O imunobiológico, que já é aprovado para outras doenças inflamatórias como psoríase em placas, artrite psoriásica, e espondilite anquilosante, traz agora uma nova perspectiva para os pacientes com HS.
A hidradenite supurativa é uma doença dermatológica crônica e inflamatória que tem como principais sintomas a formação de abcessos, fístulas e/ou nódulos que inflamam, causam dor constante, expelem pus, podem gerar mau cheiro e por vezes necessitam até de drenagem. As lesões geralmente se manifestam em áreas como axila, virilha, região perineal e perianal, nádegas e embaixo das mamas. A partir da primeira aparição das feridas, a hidradenite pode evoluir em crises – que podem durar de semanas a meses.
“O diagnóstico precoce é imprescindível para que os pacientes consigam seguir com o tratamento adequado. Por ter sintomas relativamente comuns a outras questões de pele, como acne e furúnculos, o tempo do primeiro sintoma até o diagnóstico da HS pode levar muitos anos, hoje a média é de sete anos até o diagnóstico. O tempo é fundamental para que a pessoa portadora da doença inicie com os cuidados e tenha menos manifestações na pele, evitando a progressão da doença”, comenta o Dr. Wagner Galvão César, dermatologista dos hospitais Alemão Oswaldo Cruz e Sírio-Libanês.
Além dos sintomas físicos, a HS causa prejuízos à qualidade de vida e à saúde mental dos pacientes. Cerca de 42% deles desenvolvem depressão e/ou ansiedade por conta das restrições de movimentos, cicatrizes, bem como pelo estigma, isolamento social e constrangimento, que acompanham a doença. A dor é o sintoma mais comum, relatado por cerca de 97% dos pacientes de HS. Por isso, a aprovação de um novo tratamento aumenta o leque de opções de manejo para essa que é considerada uma das mais desafiadoras doenças de pele.
“Uma nova opção de tratamento traz esperança aos pacientes, em especial os de HS, que levam tantos anos para descobrir uma forma de conviver com a doença e retomar a qualidade de vida. O avanço nos estudos nos permite apresentar um novo olhar sob a perspectiva da doença. É possível ter uma rotina comum e conviver com a doença se o paciente encontra um tratamento adequado”, ressalta Dr. Wagner.
O secuquinumabe é um fármaco imunobiológico, um anticorpo monoclonal que mira na neutralização da IL-17A, uma citocina importante no desenvolvimento de algumas doenças inflamatórias e autoimunes, reduzindo sua contribuição à essas manifestações. Aprovado anteriormente para psoríase em placas em adultos e crianças, artrite psoriásica, artrite idiopática juvenil, espondilite anquilosante e espondilite axial não radiográfica, o medicamento já está disponível nas redes pública e privada para tratar algumas dessas doenças, proporcionando benefícios para milhares de pacientes.
“Mais uma indicação aprovada para o secuquinumabe prova que podemos mudar a vida de pacientes com doenças inflamatórias e melhorar suas condições de vida. Isso nos faz acreditar ainda mais na missão de reimaginar a medicina” ressaltou Felipe Thies, gerente médico de imunologia da Novartis Brasil
Segundo Felipe, a possibilidade de proporcionar uma nova opção de tratamento para os pacientes de HS é uma importante realização para a farmacêutica. “Estar do lado da ciência, estudando novas oportunidades de tratamentos, é buscar cada vez mais respostas para as necessidades não atendidas dos pacientes brasileiros de HS e de diversas outras condições desafiadoras que seguimos estudando e pesquisando. É gratificante e nos dá muito orgulho trazer notícias como esta aprovação”, finaliza Thies.
Redação Vida & Tal