Muito se fala em força, energia e rendimento nas práticas esportivas, mas entre esses elementos há um ainda mais indispensável para o bom desempenho e sucesso da atividade, o foco. Imagina um atleta olímpico de salto ornamental que cuida da alimentação, treina força diariamente, mas não consegue ter foco e concentração na hora de realizar a sua performance? O fato é que a pandemia pelo novo coronavírus trouxe uma lente de aumento para a questão, já que a dificuldade de concentração e/ou falha na memória está entre as sequelas deixadas pela Covid-19, seja você atleta ou não.
Daí é que surgem as inúmeras dúvidas sobre o que fazer, como tratar, o que tomar, etc. A nutricionista Alessandra Feltre da Puravida, explica que o cérebro consome 20% de toda a energia produzida no corpo e para que essa energia seja produzida adequadamente e bem utilizada no cérebro, são necessários nutrientes.
“As vitaminas do complexo B, por exemplo, são indispensáveis, e a B3 e B6 atuam diretamente nesse metabolismo, além de serem também essenciais para a síntese de neurotransmissores como a serotonina e dopamina”, revela.
Exercícios físicos x Suplementação inteligente
Ainda de acordo com a nutricionista, o cérebro se desenvolve fundamentalmente através do movimento. “Conforme amadurecemos tendemos a nos movimentar menos e isso gera muitas consequências negativas para todo o organismo, especialmente para cognição. Por isso, a atividade física não só ajuda a manter a forma corporal, mas também é indispensável para a boa forma cerebral”, ressalta.
A especialista explica ainda que em época recente, já com o desenvolvimento avançado da ciência, todos os elementos que atuam nas melhoras cognitivas, e que são seguros e não tóxicos, são classificados de nootrópicos. Os nootrópicos podem atuar de modo imediato para um propósito específico, como a cafeína para propiciar maior estado de alerta, ou com efeito a médio e longo prazo, como alguns extratos botânicos.
“É interessante notar que alguns nutrientes possuem atuação tão importante no cérebro e na cognição que podem ser considerados nootrópicos, como a B3, B6, colina, fosfatidilserina e alguns aminoácidos como tirosina e taurina. O ideal é que ao utilizar qualquer tipo de nootrópico, você forneça também os nutrientes essenciais para o funcionamento cerebral, já que estes são necessários para a síntese de neurotransmissores, para enzimas, proteção neuronal, dentre outras funções. O Brain Focus da Puravida, por exemplo, é formulado com essas vitaminas, além da vitamina E e da colina, que serve de matéria-prima para o neurotransmissor acetilcolina, envolvido no processo de formação de novas memórias, concentração e funcionamento cerebral saudável”, explica Alessandra Feltre.
Fosfatidilserina – é a principal classe de fosfolipídios presente no cérebro, responsável por 13-15% dos fosfolipídios do córtex cerebral humano, sendo necessária para a formação das membranas das células nervosas saudáveis e da bainha de mielina, essenciais para as funções cognitivas, incluindo a formação da memória de curto prazo e consolidação da memória de longo prazo, a capacidade de aprender e relembrar informações, de focar a atenção e concentração, raciocinar e resolver problemas, habilidades linguísticas e capacidade de comunicação.
Tirosina – é um aminoácido precursor da dopamina, neurotransmissor relacionado com atividades neuronais essenciais incluindo o controle motor, prazer, humor, motivação, atenção e cognição.
Taurina – é um dos aminoácidos livres mais abundantes no cérebro e, segundo artigos publicados no European Journal of Pharmacology e Annals of Nutrition and Metabolism, atua como um dos principais neurotransmissores e pode se ligar aos receptores de GABA e glicina, modulando a atividade neuronal e contribuindo para o equilíbrio. Além disso, possui atividade antioxidante, atuando na proteção dos neurônios. Apesar de não ter efeito estimulante e nem sedativo, favorece um estado de equilíbrio e sustentação.
Cafeína – auxilia no aumento do estado de alerta e na melhora da concentração e da performance. Inúmeros estudos apontam para melhoras cognitivas a longo prazo. Estudos com cafeína possuem evidência grau A, ou seja, quando se trata de foco, energia, cognição e performance física, seus benefícios são altamente comprovados na literatura científica. Um dos seus principais mecanismos de ação são o bloqueio de receptores de adenosina, diminuindo a fadiga mental e a sonolência. A cafeína atua como um estimulante do sistema nervoso central, promovendo um aumento do estado de alerta causado pelo estímulo de dopamina e norepinefrina.
Redação Vida & Tal