Terceiro tipo de câncer mais comum em mulheres, de acordo com o Inca, o Câncer de Colo de Útero atingiu mais de 16 mil mulheres em 2022. Para 2023, a previsão é que seja ultrapassada a marca de 17 mil diagnósticos. Por isso, no mês de março é celebrada a campanha Março Lilás, que tem como objetivo conscientizar a população sobre a prevenção e combate ao câncer de colo uterino, mas o alerta vale para o ano inteiro.
Coordenador de Oncologia Clínica da Rede Meridional/Kora Saúde, o médico Fernando Zamprogno respondeu perguntas sobre como prevenir e detectar a doença, que é a quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil”:
Quais são as causas do câncer de colo de útero e quais as formas de prevenção?
O Câncer de Colo de Útero é o mais comum na população feminina e tem como maior causa a infecção pelo HPV. A forma de prevenção é a utilização de preservativo na relação sexual, mas sem dúvida nenhuma, o maior impacto para erradicação ou controle da doença, é a vacinação em massa, com a vacina contra o HPV. Ela deve ser dada para os adolescentes, entre 11 e 13 anos de idade. É fundamental que meninos e meninas sejam vacinados, para estarem protegidos contra o HPV.
Quais exames podem detectar o câncer de colo de útero?
O exame de detecção precoce é o que antigamente chamávamos de Papanicolau, ou colpocitopatológico, um exame em que se faz a raspagem do colo uterino e as paredes do fundo vaginal, em busca de alterações causadas pelo HPV. Entre a infecção pelo HPV e o desenvolvimento de câncer de colo de útero, se passam geralmente 20 anos, e é por isso que os exames preventivos são essenciais, desde que a mulher entre em uma vida sexual. Assim, é possível detectar a infecção previamente e curar antes que ela se torne um câncer.
Existem raros casos de câncer de colo de útero não relacionados ao HPV. São casos muito raros, muito agressivos, para os quais não há, infelizmente, uma estratégia de detecção. Mas eles são muito raros, cerca de 2% dos casos de câncer de colo uterino.
Como é feito o tratamento?
Falando de lesões pré-cancerígenas, os tratamentos podem ser locais, com substâncias que queimam a região e eliminam a doença, por cirurgias superficiais, que preservam o colo de útero, inclusive preservando a capacidade de engravidar, e em casos mais avançados, uma cirurgia um pouco mais profunda, mas ainda assim preservando o útero. Uma vez que a gente tem o diagnóstico de câncer de colo de útero, o tratamento é cirúrgico e curativo. Uma cirurgia para retirada do colo do útero e o útero, podendo preservar os ovários. Se a doença fica mais avançada, o tratamento requer radioterapia aliada a quimioterapia.
Redação Vida & Tal