Totalmente ligado ao autoconhecimento, o ato de se aceitar, traz mais autoconfiança, sabedoria, autoestima e amor próprio. Mas, afinal, é possível ensinar a si mesmo a se aceitar? Tudo isso implica em estar de acordo com as próprias opiniões, comportamentos, sentimentos, inseguranças, medos e qualidades. Se autoconhecer, assim como conhecer outra pessoa, requer tempo e paciência e contar com ajuda profissional é um grande passo.
“Acredita-se que as pessoas buscam a aceitação e reconhecimento do outro antes mesmo de se aceitarem. O mundo está cada dia mais exigente com o comportamento adequado e com os padrões estabelecidos pela sociedade. Quando o indivíduo não se encaixa nesse padrão, tende a ter dificuldade na aprovação de si mesmo, causando assim, angústia, insegurança e ansiedade, o que muitas vezes acarreta um isolamento social, por acreditar que os demais não o aceitam ou aceitarão em determinados grupos”, declara Roberta Gueudeville Vita, Coordenadora do curso de pós-graduação de Terapia de Aceitação e Compromisso, da Unyleya, uma das primeiras Instituições de Ensino 100% EAD no Brasil.
A autoaceitação tem a ver com a maneira como você se sente a respeito de si mesmo e, quem não se acolhe, sofre com mais vergonha, medo de julgamentos, temor de errar e autopunição. Sendo assim, esses indivíduos tendem a ser mais suscetíveis ao estresse e à ansiedade, por se preocuparem demais com o que dizem e fazem.
Comprovada a eficácia em um grande número de transtornos mentais (abuso de substâncias, transtorno obsessivo-compulsivo, transtornos psicóticos, depressão, transtornos de ansiedade, dores crônicas, entre outros, a ACT (Terapia de Aceitação e Compromisso) tem como objetivo auxiliar o indivíduo a conhecer e ter consciência dos seus pensamentos e emoções, para que seja capaz de responder conforme os valores aprendidos no decorrer da vida, aumentando a sua flexibilidade psicológica. O psicólogo trabalha junto ao paciente na aceitação das suas emoções e o ajuda a fortalecer seu comprometimento com relação aos seus valores, em outras palavras, auxilia o indivíduo a olhar para aquilo que ele mais valoriza na vida focando na atenção plena.
Roberta explica que a busca pela ACT deve ocorrer no momento em que o indivíduo se sente paralisado por alguma crença limitante ou pensamento negativo. A coordenadora conta ainda que os casos de ansiedade e depressão cresceram durante a pandemia da Covid-1 e a busca pela ajuda psicológica aumentou bastante, de maneira geral. Muitos pacientes buscam uma terapia com a capacidade de solucionar as questões de forma breve, isso fez com que a ACT tenha uma maior visibilidade no mercado.
A ACT trata várias questões: ansiedade, depressão, estresse, obesidade, entre outros. É uma ótima abordagem para pessoas que buscam alcançar o seu autoconhecimento e sua atenção plena (Mindfulness). O número de sessões depende de cada demanda, porém a ACT trabalha com sessões breves – em alguns casos o paciente é atendido em quatro a seis sessões, mas é o psicólogo quem irá determinar o número de sessões conforme a necessidade. O profissional que trabalha nessa área precisa ser empático, acolhedor, dominar as técnicas, saber da importância da atenção plena no processo clínico e ter a habilidade de entrar em contato com o momento presente.
“A ACT surgiu na década de 80, faz parte do rol da esfera cognitiva comportamental. O mercado de trabalho está cada vez melhor para essa abordagem, uma vez que a TCC já é bastante consolidada e a ACT apresenta uma proposta comportamental associada ao Mindfulness”, explica.
Cognitivo-comportamental de terceira onda, a ACT aumenta a flexibilidade psicológica, afim de obter uma mudança comportamental, portanto apenas quando o paciente está disposto a se compromete com a terapia e com a mudança de comportamento é que a terapia poderá ter algum efeito.
Redação Vida & Tal