Diante da quantidade de oferta de xaropes disponíveis no mercado, e até mesmo das inúmeras receitas caseiras à disposição na internet, fica difícil saber em qual deles apostar. Ainda que o melhor ‘remédio’ para tosse seja a hidratação das secreções, com uma boa ingestão de água, existem duas categorias de xaropes: os expectorantes que ajudam na eliminação das secreções, e os antitússicos que impedem essa eliminação. Isso porque os antitússicos atuam inibindo o reflexo da tosse.
“Quando uma criança toma um xarope destes, perde a capacidade de tossir, isto é, perde um mecanismo de defesa. Como consequência, mais facilmente será infetada pois não consegue remover tão eficazmente os micro-organismos, as secreções e os restos celulares que se encontram nas vias aéreas. Estes medicamentos apenas devem ser utilizados nas situações em que não é possível tratar a causa da tosse, quando esta é irritativa (seca e sem expetoração) e perturba muito a criança (interferindo, por exemplo, significativamente com o sono). Os antitússicos devem ser usados apenas por períodos curtos (menos de uma semana) e somente após avaliação médica e por indicação deste”, explica Carla Moreira, assistente de Pediatria do Hospital de Braga (Portugal), instituição certificada pelo Health Quality Service.
Já os expetorantes, atuam aumentando o volume das secreções e os mucolíticos que alteram a produção e consistência do muco.
“São medicamentos ineficazes na maioria dos casos. As crianças, particularmente aquelas com idade inferior a 1-2 anos, não conseguem eliminar bem as secreções pelo que estas tendem a acumular e consequentemente a agravar a tosse. Estes dois tipos de xarope também não devem ser utilizados em associação, uma vez que os expetorantes facilitam a eliminação das secreções, enquanto que os antitússicos impedem a sua expulsão”, destaca.
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A assistente afirma que também não são aconselháveis, pois são extremamente irritantes, contribuindo para o agravamento e prolongamento da tosse. “Em resumo, se seu filho tem tosse consulte o médico. Em face da causa da tosse este irá prescrever o tratamento mais adequado. Não o automedique, pois poderá estar a prejudicá-lo”, finaliza.
Redação Vida & Tal
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