Retinoblastoma, um termo nunca antes visto ou ouvido pela maioria da população até o ex-apresentador global Tiago Leifert vir a público compartilhar o drama vivido nos últimos meses com a filha de apenas 1 ano. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), o retinoblastoma é um tumor maligno originário das células da retina, que é a parte do olho responsável pela visão, afetando um ou ambos os olhos, mais comum em crianças. A maioria que apresenta essa doença tem menos de 3 anos de idade e, geralmente, 90% das crianças são curadas.
Porém, o prognóstico não é tão bom se a doença estiver disseminada para além do olho. O alerta é que o câncer ocular pode surgir no próprio olho ou ser uma metástase de câncer de pulmão ou de mama, principalmente. Em adultos, o tipo mais frequente é o melanoma, um tipo de câncer raro que atinge células produtoras de melanina, pigmento que dá cor à pele e aos olhos, que pode ser assintomático e encontrado em exame oftalmológico. Mas também pode se manifestar com sombras na visão, perda parcial ou total da visão de um olho ou manchas escuras na conjuntiva ocular (parte branca dos olhos).
“Apesar de ser um câncer agressivo, esses sintomas frequentemente aparecem em estágios iniciais, quando o prognóstico de cura é de cerca de 85%”, esclarece o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, Dr. Marco Aurélio Kulcsar.
Crianças
Nas crianças o tipo mais comum é o retinoblastoma. A maioria com esse diagnóstico tem menos de 3 anos de idade. E em 10% dos casos, o problema pode ser hereditário.
O principal sintoma é o reflexo pupilar branco. Quando apontada uma luz ou flash de câmera para o olho, a pupila normal aparece vermelha, por causa da cor dos vasos sanguíneos da retina. No retinoblastoma, esse reflexo aparece branco.
Diagnóstico
Se o tumor for de conjuntiva, o paciente vai perceber uma nodulação ou uma pinta estranha. Então, em alguns casos, a olho nu já se percebe as alterações. Se for um tumor intraocular, vai depender do tipo.
Se for o retinoblastoma ou até mesmo o melanoma, podem causar a leucocoria, que é a chamada pupila branca, alteração do reflexo vermelho. Caso seja metástase ocular, muitas vezes é pequena a lesão e não pode ser vista a olho nu. Então vai variar bastante quanto ao tamanho e tipo do tumor, sendo necessários exames complementares como mapeamento de retina ou ultrassonografia, por exemplo.
Esses exames são realizados pelo oftalmologista. O mapeamento de retina é feito nas consultas de rotina, que devem ser anuais. Já a ultrassonografia é solicitada para auxiliar o oftalmologista na confirmação ou exclusão da suspeita de câncer.
Tratamento
O tratamento é multidisciplinar. Depois do oftalmologista, que identifica a doença ou a suspeita dela, é o cirurgião de cabeça e pescoço que definirá o tratamento. Dependendo do estágio em que a doença for diagnosticada, o tratamento pode ser feito com radioterapia, terapia a laser ou cirurgia.
No que diz respeito ao tratamento cirúrgico, pode ser conservador ou ser necessária a retirada do globo ocular ou, ainda, de todo o conteúdo orbitário. Isso vai depender do avanço da doença. Por esse motivo, quando mais precoce o diagnóstico, melhores as chances de cura e preservação da visão.
Redação Vida & Tal
Fonte: Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP).