No artigo “Vinho e Saúde: uma revisão”, membros do Departamento de Tecnologia e Ciência dos Alimentos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), apresentam um breve panorama sobre os prováveis benefícios do vinho à saúde.
De acordo com os pesquisadores, estudos desenvolvidos, no mundo inteiro, comprovam que o vinho, quando consumido em quantidade moderada, contribui para a saúde do organismo humano, aumentando a qualidade e até prolongando o tempo de vida. Entre os benefícios, as pesquisas relacionam o consumo, especificamente, no que diz respeito às doenças cardiovasculares, à quimioprevenção de vários tipos de câncer, e mesmo a doenças hepáticas e senilidade.
Os compostos aos quais foram atribuídas as possíveis ações terapêuticas do vinho são os compostos fenólicos. Dentre eles, o resveratrol, apontado em estudos científicos recentes como o principal fator de proteção à saúde, já encontrado na bebida. Graças as suas propriedades anti-inflamatórias, o resveratrol é considerado um anticancerígeno, pois permite ao organismo bloquear a produção de algumas substâncias químicas, conhecidas como prostaglandinas, que estão relacionadas às lesões cancerosas malignas.
Prevenção de doenças cardiovasculares
Outras substâncias encontradas no vinho tinto também atuam como antioxidantes, como as catequinas, o ácido gálico, a malvidina, o ácido cafeico, a miricetina, a quercitina e o ácido sinápico. Consumidos regularmente em pequenas doses, o vinho, sobretudo o tinto, pode ser um forte aliado no combate ao colesterol alto, já que suas propriedades ajudam no aumento do HDL (colesterol bom), diminuindo com isso o LDL (colesterol ruim) no sangue, o que acaba por prevenir o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Ação neuroprotetora
Ainda de acordo com o artigo, algumas pesquisas realizadas na Universidade de Milano (Itália), estão chegando à conclusão de que o resveratrol pode ter um efeito protetor do sistema nervoso, pela diminuição do stress oxidativo de células neuronais.
Outros efeitos benéficos do vinho
Composto 80 a 85% do volume por água, a bebida ainda fornece ao organismo energia na forma de açúcares, como glicose e frutose. Entre os minerais, destacam-se o potássio, o cobre, o zinco, o flúor, o magnésio, o alumínio, o iodo, o boro e o silício que, mesmo em quantidades pequenas, são indispensáveis para que o organismo execute bem todas suas funções.
A presença do magnésio atua como fixador do cálcio: o potássio é fundamental no equilíbrio dos eletrólitos, que mantêm os tecidos hidratados; o cobre auxilia na formação das células sanguíneas; o zinco é cicatrizante e o flúor protege os dentes. O vinho também contém algumas vitaminas, como, por exemplo, a biotina, o ácido pantotênico, a niacina, a tiamina e o ácido ascórbico.
Beba com moderação
Em apenas 100 ml existem de 8 a 10 g de etanol. Logo, beber de forma excessiva, está sujeito aos desagradáveis efeitos de intoxicação etanólica, no dia seguinte.
Entre outros efeitos nocivos, como a desidratação do organismo, o álcool, quando absorvido, cai rapidamente na corrente circulatória, provocando vasodilatação periférica, responsável pela cefaleia, a famosa dor de cabeça do dia seguinte.
Bebido com moderação, o vinho também pode ser um ótimo estimulante do apetite, pois o álcool aumenta a produção do suco gástrico, o que dá maior sensação de fome. Mas um alerta, o consumo de toda e qualquer bebida alcóolica em doses mais elevadas, atua como um depressor do sistema nervoso central. Por isso, se for beber, nada de dirigir depois.
As bebidas alcoólicas, incluindo o vinho, também são contraindicadas para os portadores de transtornos do aparelho digestivo como úlceras, e distúrbios no pâncreas ou no fígado. Para os hipertensos, o consumo de bebida alcoólica em doses exageradas provocam alterações na pressão arterial.
Redação Vida & Tal