O uso de dados clínicos é extremamente importante para diagnóstico, tratamento e qualidade de vida de pacientes com doenças que necessitam de acompanhamento. Para isso, tem se tornado extremamente importante os investimentos em tecnologia por parte de empresas de saúde, ainda que esses somam apenas 4,5% do mercado, de acordo com pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV-EAESP) em 2022.
A adesão ao tratamento da apneia do sono com o dispositivo CPAP é frequentemente desafiadora para muitos pacientes. A revisão de estudos demonstrou uma taxa de adesão de aproximadamente 34% ao uso desse dispositivo por noites de 7h de sono, o que indica que uma parcela significativa dos pacientes com apneia do sono pode ter dificuldades em aderir ao uso regular do CPAP.
Além disso, a taxa de abandono do tratamento também é preocupante, com números variando até 31% em um período de seis anos e entre 8% a 14% no final do primeiro ano de tratamento no Brasil, conforme as pesquisas mencionadas.
A baixa adesão e o abandono do tratamento com CPAP podem ocorrer por várias razões, incluindo desconforto com o dispositivo, dificuldades em ajustar-se ao uso do equipamento durante o sono, falta de compreensão sobre a gravidade da apneia do sono e seus efeitos na saúde, bem como problemas de aceitação psicológica do tratamento.
Tecnologias como telemonitoramento e aplicativos móveis também podem desempenhar um papel na melhoria da adesão . Essas ferramentas podem fornecer suporte contínuo aos pacientes, permitindo o acompanhamento remoto de seu progresso, fornecendo feedback e motivação, além de fornecer recursos para solucionar problemas e melhorar a experiência do usuário.
É importante abordar os desafios da adesão ao tratamento da apneia do sono com CPAP, pois a terapia efetiva desempenha um papel crucial na melhoria da qualidade do sono, na redução dos sintomas da apneia do sono e na prevenção de complicações de saúde associadas.
Por isso, o acompanhamento permanente é importante para garantir que o paciente se mantenha em terapia. O uso do telemonitoramento através de equipamentos de CPAP com conectividade é um facilitador para o seguimento, pois adiciona conveniência e facilita a identificação de problemas e é capaz de melhorar a adesão inicial ao uso de CPAP, atingindo 72% nos primeiros 90 dias ou até 83% em pacientes brasileiros quando se associa a outro dispositivo, o myAirTM, o aplicativo para engajamento do paciente de acordo com levantamento recente que analisou dados no Brasil, Mexico e Estados Unidos.
O sistema AirView já permitia ao profissional de saúde acessar dados de seus pacientes, compartilhar insights clínicos com outros profissionais e realizar intervenções à distância. Na próxima semana, a ResMed lança o Monitoring Solutions TM, durante a 28ª edição da Feira Hospitalar, que será realizada até essa sexta-feira (26) no São Paulo Expo.
O produto é um novo portal digital complementar que permite obter dados e informações sobre toda a base de pacientes, gerando melhor caracterização da população em tratamento, cálculo de estatísticas gerais e a segmentação de pacientes.
Outras funções como a estimativa da taxa de abandono de terapia e a filtragem por problemas terapêuticos permitem ao usuário identificar os pacientes mais fragilizados. A análise de adesão dos últimos trinta dias permite acompanhar pacientes em risco de abandono, mesmo que tenham sido bem-sucedidos na fase inicial de terapia. Informações relativas às máscaras utilizadas em terapia e à data de início do uso permitem estimar o melhor momento para substituí-las por completo ou suas partes consumíveis, já que essa prática impacta em melhores índices de adesão ao tratamento.
De acordo com a Gerente Clínica para América Latina da ResMed, Cláudia Albertini, ao utilizar tecnologias como o telemonitoramento e aplicativos conectados aos dispositivos CPAP, os profissionais de saúde podem ter uma visão mais abrangente da adesão ao tratamento, intervir precocemente para evitar a desistência da terapia permitindo um cuidado mais personalizado e contínuo, não apenas no início do tratamento, mas ao longo do tempo.
“O uso dessas novas tecnologias pode fornecer informações valiosas sobre a população em geral, permitindo que os provedores de saúde identifiquem padrões, tendências e necessidades específicas. Essas informações podem ser usadas para ações de relacionamento e educação, visando melhorar a compreensão da apneia do sono e do tratamento, bem como incentivar uma adesão consistente”.
A coordenadora de Data Solutions, Fernanda Muraki complementa sobre o lançamento desta nova tecnologia: “As soluções de monitoramento remoto baseadas em dados da ResMed capacitam os pacientes a assumir o controle de seus próprios cuidados e permitem que os médicos sejam guiados por dados precisos. Isso pode melhorar os níveis de adesão do paciente e gerar melhores resultados.”
Redação Vida & Tal