Envelhecimento capilar é um termo recente, mas que elucida um processo resultante de diversos danos ao qual o cabelo é submetido com frequência. Uso constante de secador e chapinha, exposição ao sol, banho de mar e piscina, e até mesmo o ato de pentear o cabelo pode provocar o estresse mecânico dos fios, segundo a dermatologista Claudia Marçal, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
“Todos esses danos conectam-se ao envelhecimento intrínseco ou natural dos fios e contribuem para que o cabelo fique quebradiço, com diâmetro do fio menor, menos denso e espesso, além de sem brilho, mais fraco, áspero e desidratado. Se, com frequência, efetuarmos secagens, processos químicos, estilização e exposição ao sol, os danos causados não poderão ser reparados naturalmente”, alerta a dermatologista.
Coloração e descoloração — Os processos químicos de coloração e descoloração são os tipos mais comuns de danos. A dermatologista argumenta que quando a paciente pinta o cabelo, há uma perda proteica causada pela oxidação de aminoácidos no fio.
“Essa diminuição dos níveis de queratina leva a uma redução da força capilar, além da remoção de pigmentos naturais. Nos processos de coloração permanentes e semipermanentes, ocorre a abertura das escamas da fibra capilar pela ação de amônia e monoetanolamina”, explica.
Segundo Claudia Marçal, os pigmentos iniciam o processo de oxidação na presença da água oxigenada, sendo direcionados ao interior do córtex capilar. “Quimicamente, o processo de tintura provoca a quebra das pontes de Hidrogênio e Salinas, isso vai resultar na perda de água e acentuar o comprometimento da resistência, maciez e brilho dos fios”.
O processo de descoloração, no entanto, é o mais agressivo. “A descoloração capilar com uso de Persulfatos (sódio, amônio e potássio) destrói totalmente as ligações de hidrogênio, grande parte das ligações salinas e parcialmente as ligações cisteínicas, resultando em um cabelo extremamente desidratado e fraco. Em processos de descoloração, o tempo e a concentração em volume da água oxigenada são fundamentais para determinar o nível de descoloração e agressão aos fios de cabelo: quanto maior, pior o dano”, alerta.
Escova e pente — O ato de passar a escova nos cabelos, quando não são usados produtos ideais, pode comprometer os fios e causar um dano mecânico. “Pentes de borracha alteram o ponto isoelétrico do cabelo, o que leva a um desgaste da cutícula (parte externa do fio) e consequente exposição do córtex (parte intermediária do fio)”, comenta.
Chapinha e secador — A chapinha e o secador podem ser usados todos os dias, desde que seja usado um produto termoativo antes de submeter os fios ao aquecimento.
“A exposição da fibra capilar a altas temperaturas leva ao comprometimento da estrutura, o que pode corromper a harmonia da estrutura, além de perda de água. O segredo está em usar defrizantes com proteção térmica e protetores especiais para escovação”, ressalta.
Sol, cloro e água do mar — Ao ficar muito tempo em exposição solar, os fios passam por um processo oxidativo devido a ação dos raios UV. A luz solar afeta a cutícula do cabelo e catalisa a degradação das proteínas, além de provocar a oxidação da melanina através de radicais livres e o comprometimento da queratina. Os danos vão de descoloração do cabelo à redução da força dos fios e perda de brilho.
“Todas as vezes que o cabelo, que já tem um dano estrutural ou mesmo o cabelo virgem, é submetido à exposição do mar, por conta do sal e iodo, ou mesmo ao cloro, vento e sol, há um dano à estrutura da cutícula, à ceramida do fio”, explica a médica.
Como reverter os danos
Para reestruturar os fios, a farmacêutica e diretora científica da Biotec Dermocosméticos recomenda uma alimentação rica em oligoelementos como Zinco, Ferro, Cálcio e Manganês, além da suplementação via oral.
Também vale a pena investir em reparação tópica com ativos ricos em proteínas que o cabelo perdeu. Ingredientes como ReparAge, Bio-Restore, Capillisil e Arct Alg são indicados para repor aminoácidos, restaurar a fibra capilar e nutrir o couro cabeludo.
Claudia Marçal é médica dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), da American Academy Of Dermatology (AAD) e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica (SBCD). É speaker Internacional da Lumenis, maior fabricante de equipamentos médicos a laser do mundo; e palestrante da Dermatologic Aesthetic Surgery International League (DASIL). Possui especialização pela AMB e Continuing Medical Education na Harvard Medical School. É proprietária do Espaço Cariz, em Campinas – SP.
Redação Vida & Tal
Fonte: Holding Comunicações