Ainda sobre o Novembro Azul, a Fundação do Câncer faz um alerta aos homens sobre a relação direta entre câncer e HPV. Apesar da campanha mundial, originária da Austrália, lembrar sobre o câncer de próstata, que segundo estimativa do Inca ainda deve registrar 65.840 novos casos somente este ano, a instituição ressalta que os homens precisam cuidar da saúde, e destaca especialmente o papilomavírus humano (HPV), que além de ser transmissível, está relacionado a vários tipos de câncer, como pênis e ânus.
De acordo com o cirurgião oncológico Luiz Augusto Maltoni, diretor executivo da Fundação do Câncer, muitos casos de câncer poderiam ser evitados com uma atitude simples e que está disponível no SUS e na rede privada: a vacina contra o HPV.
“A principal forma de pegar o papilomavírus humano, ou HPV, é através da relação sexual desprotegida com outra pessoa infectada. Para os homens, a infecção pode gerar o câncer no pênis ou de ânus. E para homens e mulheres, os cânceres de boca e cavidade oral. Estudos mostram tanto o alcance do vírus quanto os resultados positivos da vacinação. A Organização Mundial da Saúde está em campanha para combater o HPV. Já que ele gera tipos evitáveis da doença. Com conscientização e vacina, podemos diminuir esses números, não só no homem, mas também o câncer de colo de útero na mulher”, diz o representante da Fundação do Câncer.
A Fundação do Câncer chama atenção ainda para um estudo do Reino Unido, que já revelava o baixo conhecimento dos pais em relação ao HPV, em especial da preservação da saúde dos filhos homens.
“E esse cenário ainda precisa mudar, especialmente no nosso país. Há um grande desconhecimento, por isso investimos em campanhas de alerta”, diz Maltoni. O trabalho inglês revelou que 64% dos pais tinham ouvido falar do HPV. Mas entre os pais que só tinham meninos, apenas 36% já tinham ouvido algo sobre o vírus. No geral, a maioria sabia que ele causa câncer de colo de útero em mulheres, mas menos da metade sabia que o HPV também pode ser responsável por câncer de garganta e anal. Um terço tinha informação de que causa câncer no pênis. Poucos entrevistados mencionaram o sexo oral ou anal como forma s de contrair HPV.


Vacina HPV
O diretor da Fundação do Câncer lembra que, no Brasil, o imunizante contra tipos de HPV que geram câncer está disponível na rede pública para crianças e jovens. A população-alvo primária é de meninas de 9-14 anos e meninos de 11-14 anos, com recomendação de duas doses.
“O que desejamos é conscientizar a população para o uso de preservativo, a vacinação e a importância da consciência sobre a prevenção de tipos de câncer evitáveis”. O médico explica ainda que quando dá sinais, o vírus costuma apresentar além das verrugas, caroços ou feridas na região genital.
“Ao contrário do que muita gente pensa, a ausência de verrugas não significa que uma pessoa não tem HPV, já que, muitas vezes, essas verrugas são microscópicas, não sendo notadas a olho nu. Existem ainda casos em que o HPV não provoca qualquer sintoma, embora a pessoa já esteja contaminada. Por isso, é recomendado o uso de preservativo em todas as relações para evitar a transmissão do vírus para outras pessoas”, orienta Maltoni.
Campanha: Saúde é para compartilhar
Além do alerta sobre o HPV, a Fundação do Câncer lança nas redes sociais, internet e site a campanha Saúde é para Compartilhar, com foco no afeto e na preservação da saúde. Como estímulo, histórias de pessoas como Jeovah Melo, 83 anos, e seu filho Júnior, de 56, que são muito próximos e compartilham os hábitos de vida.
“Eu faço meus exames sempre. A ultrassonografia na barriga, PSA, urina e o que meu urologista passar. Não tenho vergonha de ir ao médico, tenho medo de ficar doente”, destaca Jeovah. Júnior não é diferente do pai: “Eu sempre cuidei da saúde, principalmente porque trabalho com meu corpo, sou personal trainer. Quando completei 50 anos, fiquei atento aos riscos e já comecei a fazer meus exames. Não tenho vergonha e nem problema de ir ao médico. Sei que muitos homens não gostam ou se sentem desconfortáveis, mas isso pode salvar nossa vida. Com meu pai não é diferente, nesse ponto ele é muito consciente”.
Além do meio digital, a Fundação do Câncer firmou parceria com a Ecoponte e, desde outubro, quem passa pela ponte Rio-Niterói, sentido Rio, pode ver a campanha duo da Fundação do Câncer: Outubro Rosa e Novembro Azul. “Essa é uma ação integrada para lembrar que os cuidados com a saúde da mulher e do homem devem ter a mesma atenção”, destaca o diretor executivo da Fundação do Câncer.
Redação Vida & Tal
Fonte: Assessoria de imprensa da Fundação do Câncer.