Nesta semana são comemorados os dias dedicados aos profissionais que ajudam deixar nossas vidas com mais sabor e também mais saudáveis: o Dia do Cozinheiro (10 de maio) e o Dia do Chef de Cozinha (dia 13). A gastronomia é um dos segmentos que mais cresce e gera emprego no mundo e o Brasil tem experimentado uma recente valorização dos profissionais que atuam neste setor. Recente pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) aponta que o setor de gastronomia no Brasil deverá aumentar a contratação de colaboradores em 31% ainda este ano.
O levantamento mostra ainda que existe muita dificuldade em encontrar profissionais diferenciados e aptos no mercado de trabalho. De acordo com a pesquisa, 20% das empresas que buscam contratar serviços especializados como chef de cozinha, auxiliar de cozinha, sushiman, garçons e até mesmo gerentes estão com dificuldade para recrutar mão de obra.
Dados indicam que, no último ano, a função de Cozinheiro de Restaurante está com altíssima demanda no mercado de trabalho brasileiro. No comparativo entre os meses de março de 2021 e fevereiro de 2022, houve um aumento de 57,17% nas contratações formais com carteira assinada em regime integral de trabalho para este cargo.
Cozinheiro ou Chef de Cozinha?
Conforme explica Adriano Vilhena Lis da Silva, professor do curso de Gastronomia da Faculdade Senac, o perfil de quem busca a formação para cozinheiro e para chefe de cozinha é diferente.
“De forma geral, quem procura o curso superior de gastronomia já tem um curso superior e quer empreender e já tem alguma vivência no setor de gastronomia ou alimentação, mesmo que por relação familiar. Já quem procura o curso de cozinheiro quer atuar na cozinha e aprender as técnicas essenciais para trabalhar neste espaço, mas não necessariamente quer ser dono do próprio negócio”, comenta.
Sobre as semelhanças e diferenças entre as duas profissões, o docente destaca que para ser chefe de cozinha é necessário ter a formação como cozinheiro. “Ambos precisam saber cozinhar os alimentos – desde a montagem de pratos, tempo de cocção até as melhores formas de cocção com maior economia, além de conhecer todos os elementos importantes no métier da cozinha, entre outras competências. Já o Chef de Cozinha, além de saber cozinhar, exerce também funções estratégicas de liderança, comandando os cozinheiros e colaboradores, e distribuindo estrategicamente as funções na equipe no empreendimento”.
Adriano Lis afirma ainda que o domínio das habilidades técnicas não é mais suficiente para conseguir uma vaga no mercado de trabalho de gastronomia. “Hoje, o segmento está em busca de profissionais com soft skills e habilidades que facilitem a interação em equipe e a dinâmica do trabalho, como adaptabilidade, resiliência, agilidade, comprometimento com seu próprio corpo, entre outras”.
O docente salienta ainda que as perspectivas para o setor de gastronomia são sempre positivas, pois é um segmento que cresce a cada ano. “As pessoas estão procurando cada vez mais a comodidade de terem acesso a uma alimentação nutritiva e balanceada para o dia a dia. E também opções gastronômicas para ocasiões especiais e em momentos de lazer. Em especial, os serviços de delivery e de produtos congelados cresceram ainda mais nos últimos dois anos. E neste período pós-pandemia, os restaurantes estão com grande demanda por bons profissionais”.
A evolução profissional do cozinheiro é ser chefe de cozinha?
“Podemos dizer que cozinheiro é um cargo inicial dentro do setor de alimentação e a posição de chef de cozinha exige uma série de conhecimentos especializados, que se adquire com o tempo”, sublinha Adriano Lis. “Ao longo de sua carreira, o cozinheiro pode passar pelas diversas brigadas, as diferentes equipes que integram a cozinha de um restaurante, e atingir cargos superiores e de liderança, ressalta.
Os cargos de liderança das diversas praças da cozinha culminam na função de chefe de cozinha. Mas ser chefe de cozinha é uma das evoluções possíveis na carreira do cozinheiro. Entre outras funções, existe também o cargo de chefe executivo, que cuida dos aspectos administrativos do restaurante – controle de estoque, estratégia de vendas, etc. Há ainda outras frentes de trabalho, como o chefe consultor, “profissional com tamanha experiência que atua na difusão de informação sobre o segmento – como montar um restaurante, como fazer a escala da equipe, como gerenciar o estoque, por exemplo”, salienta o docente.
Existe também o espaço para o personal chef que prepara pratos para pequenos eventos e para celebrações familiares particulares. Há ainda os cozinheiros que fazem a opção de se tornarem empreendedores e atuam como empresários do setor de alimentação.
Para quem quer empreender na área de gastronomia, Adriano Lis faz uma recomendação importante. “Aconselhamos, fortemente ter uma mínima vivência deste universo, para conhecer e analisar as tendências de alimentação, o comportamento do mercado, além de realizar uma pesquisa prévia na região em que pretende abrir o seu negócio. É essencial também fazer um bom plano de negócios”.
A busca pela formação em nível superior pode fazer a diferença para quem quer ser dono do próprio empreendimento. “Neste sentido, o Curso de Graduação em Gastronomia do Senac oferece um olhar amplo para o setor de alimentação, desde toda a estrutura de instalação, até contextos sócio-históricos, passando por questões mais específicas e também mais práticas e técnicas, como confeitaria, cozinhas internacionais, culinária mineira, etc”, finaliza.
Redação Vida & Tal
Fonte: Assessoria Senac Minas Gerais.