Conforme afirma a Biblioteca Virtual em Saúde, a data celebrada no dia do aniversário do pintor holandês Vincent Van Gogh, 30 de março, diagnosticado, como provável portador do transtorno, chama a atenção mundial para os transtornos bipolares, com o objetivo de eliminar o estigma social e levar informação à população, educando e sensibilizando para a doença. De acordo com a Associação Psiquiátrica Americana, transtorno bipolar, também conhecido como depressão maníaca, é um transtorno cerebral que causa mudanças no humor, na energia e na capacidade de funcionamento de uma pessoa.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicavam que o problema atingia cerca de 140 milhões de pessoas no mundo, em 2019. Segundo a Associação Brasileira de Transtorno Bipolar (ABTB), essa prevalência vale também para o Brasil, o que representa 6 milhões de pessoas no país. A professora Elaine Aparecida Dacol Henna, psiquiatra e docente da Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde da PUC-SP, explica que o transtorno bipolar é caracterizado por marcadas alterações no humor, atividade e energia que fogem do padrão normal do indivíduo.
“Cada episódio, seja para o polo negativo (depressão) ou para o positivo (hipomania e mania), costuma durar de poucos dias a meses”, explica.
Ainda de acordo com a especialista, os portadores demoram para serem diagnosticados, o que aumenta a gravidade dos episódios subsequentes.
“O erro mais comum é diagnosticar a pessoa como portadora de depressão unipolar, pois muitos episódios hipomaníacos passam despercebidos pelos indivíduos, que costumam se lembrar deles como períodos de maior bem-estar e produtividade”, conta.
Tipos de transtorno bipolar
Tipo I – normalmente, começa na adolescência e não há diferenças entre os sexos. Ele se caracteriza por episódios de depressão e de manias.
Tipo II – acomete duas vezes mais mulheres do que homens e apresenta vários episódios de depressão e hipomania. “Esse tipo é mais frequente do que o um e aparece por volta dos 22 anos de idade”, destaca a psiquiatra.
Tipo III – apresenta quadros subsindrômicos de hipomania, com menor número de sintomas ou episódios com menor tempo de duração.
A psiquiatra ainda explica que um dos sinais do transtorno bipolar é a redução na necessidade de sono por parte dos portadores. “Ficam mais dispostos, mais animados, mais incansáveis. Esse costuma ser o primeiro sinal”, alerta a médica. O transtorno bipolar é uma doença que atinge mais os jovens, sobretudo entre os 15 e 25 anos, mas a médica ressalta para o último estudo epidemiológico que apontou para um pico tardio entre 45 e 55 anos.
Tratamento
O tratamento padrão é feito à base de carbonato de lítio, que estabiliza as membranas neuronais e impede que haja disparos.
“Ele é indicado em todas as fases e para a manutenção, impedindo novos episódios”, explica a psiquiatra e docente do curso de Medicina da PUC-SP. Também existem outros tratamentos com anticonvulsivantes e antipsicóticos atípicos. A ideia, segundo a médica, é tratar o episódio e evitar recorrências. “Em torno de 80% dos pacientes conseguem recuperação funcional e sintomatológica”, revela.
Segundo Elaine Henna, o tratamento vai além dos remédios. “Ele envolve uma rotina em horários para dormir e alimentar-se; a prática de atividade física regular e a psicoterapia, uma vez que o transtorno bipolar é uma doença muito vulnerável ao estresse”, finaliza.
Redação Vida & Tal
Fonte: PUC-SP/ Associação Psiquiátrica Americana/ Associação Brasileira de Transtorno Bipolar.