Esse, sem dúvida, é um tema cheio de polêmicas. Os médicos sempre alertam para o costume de se exercitar diariamente por parte de um grande número de esportistas, das mais variadas idades. Um atleta profissional, por exemplo, treina diariamente e muitas vezes, dependendo do esporte, com intensidade elevada. Porém, o foco é a vitória esportiva e os ganhos financeiros. Esses atletas possuem uma equipe de retaguarda técnica esportiva e médica e, mesmo assim, estão sujeitos a lesões no treino.
De acordo com o cardiologista e especialista em medicina do esporte, Nabil Ghorayeb, ao examinar esses atletas, quando ocorre algum problema ortopédico ou cardiológico, prontamente ele é afastado, inicia-se o tratamento e em seguida, um recomeço orientado do treinamento.
“Os próprios profissionais de educação física conseguem perceber quando algo desastroso está por acontecer, além do mais, o médico da equipe logo solicita exames laboratoriais, entre eles o nível da CPK, para detectar as lesões”, declara o especialista.
Mas e os esportistas não profissionais, alguns em nível de treinamento igual a de atleta, junto com a imensa maioria de esportistas apenas com intenções de manter hábitos saudáveis ou pelo menos querendo evitar doenças e ter qualidade de vida, podem treinar firme todos os dias da semana?
Ainda de acordo com o médico, a recomendação é praticar 150 minutos de exercícios aeróbicos regulares na intensidade moderada associados a exercícios de fortalecimento muscular, principalmente para os adultos/idosos que estão sedentários e os indivíduos com sobrepeso/obesidade. Para os treinados ou em forma e aos mais jovens pode-se recomendar 75 minutos de exercícios mais intensos. A frequência recomendada é de 3 a 4 dias por semana, o que favorece o descanso entre os dias de treinamento.
“O fato de treinar todos os dias em uma academia ou por conta própria sem acompanhamento médico e fisiológico, traz um risco ortopédico e cardiológico confirmado e cada vez mais detectado pela medicina do esporte e pela cardiologia. Os consultórios se enchem de esportistas com arritmias, por exemplo, onde a única constatação clínica é o excesso de treinamento a que se submete há pelo menos quatro semanas”, afirma o especialista.
A Síndrome de Excesso de Treinamento
“A síndrome de excesso de treinamento, que erroneamente alguns ainda chamam de overtraining ou de supertreinamento, porque parece algo bom, na verdade é exatamente o contrário. Não queremos falar mal dos exercícios e, sim, incentivar sua prática regular, constante e por toda a vida. Não queremos que se parem os treinos por lesões ou arritmias decorrentes dos excessos. Desde a simples caminhada até a corrida, tudo é saudável se for feito seguindo as normas que a Medicina estabeleceu. Não devemos treinar apenas aos finais de semana, nem intensamente por todos os dias. Moderação nunca faz mal”, finaliza Nabil Ghorayeb.
Redação Vida & Tal
Fonte: CDC Marketing