Centenas de escolas de mergulho estão espalhadas pelos quatro cantos do país. A razão é óbvia, já que o Brasil é dotado de uma rica biodiversidade marinha em 7,4 mil quilômetros de costa. Mas antes de partir para a ação é preciso cautela.
Mergulhar é uma atividade recreativa relativamente segura para pessoas saudáveis que receberam o treino e educação apropriados. Os cursos de segurança na pratica oferecidos pelas organizações nacionais de mergulho estão amplamente disponíveis e ajudam a prevenir ou reduzir o risco de lesões relacionadas a atividade.
Precauções de segurança
Os mergulhadores devem tomar precauções que minimizem o risco de barotrauma e doença de descompressão. Para diminuir seu risco, os mergulhadores devem:
– Evitar prender a respiração e respirar normalmente durante a subida, que não deve ser mais rápida que 0,15 metros/segundo, uma velocidade que permite aos mergulhadores expelir aos poucos o nitrogênio em excesso e esvaziar os espaços com ar (por exemplo, os pulmões e os seios nasais)
– Faça todas as paradas necessárias de acordo com a profundidade e o tempo do mergulho necessário segundo as tabelas ou computadores
– Incluir uma parada de segurança de 3 a 5 minutos aos 4,6 metros
– Não voar por 15 a 24 horas após mergulha
Outros riscos de mergulho:
– Pouca visibilidade
– Correntes que exijam esforço excessivo
– Temperaturas baixas
– Mergulhar sozinho
– Após o uso de drogas recreativas, sedativos e álcool
As baixas temperaturas são um perigo particular, pois a hipotermia pode desenvolver-se rapidamente e comprometer o discernimento e destreza do mergulhador. A hipotermia também pode causar ritmos cardíacos anormais potencialmente fatais em pessoas suscetíveis. Não é recomendado praticar mergulho sozinho.
As drogas recreativas, os sedativos e o álcool em qualquer quantidade podem ser efeitos imprevisíveis e inesperados em profundidade e devem estar estritamente evitados. Os medicamentos com prescrição médica não sedativos raramente interferem com o mergulho recreativo.
Quadros clínicos x mergulho
Como o mergulho pode envolver um grande esforço, os mergulhadores devem ter uma capacidade aeróbica superior à média (capacidade de exercício vigoroso) e não devem estar limitados por doenças cardíacas ou pulmonares.
Geralmente, as pessoas com distúrbios que possam prejudicar o estado de consciência, de alerta ou o discernimento, como convulsões e diabetes tratado com insulina (pois pode causar níveis baixos de açúcar no sangue (hipoglicemia), estão proibidas de praticar mergulho.
Foram estabelecidos programas especiais para mergulhadores com diabetes. Em caso de dúvida, consulte um médico. Pessoas que sofreram um colapso espontâneo do pulmão (pneumotórax) não devem mergulhar.
Embora as diretrizes tradicionais sugiram que crianças com idades inferiores a 10 anos não devam mergulhar, os programas que ensinam crianças com 8 anos foram bem-sucedidos. A maioria dos instrutores de mergulho estão familiarizados com diretrizes para ensinar crianças a mergulhar.
Os futuros mergulhadores devem ser avaliados por médicos familiarizados com a prática de mergulho relativamente à forma física e a fatores que possam aumentar o risco de lesões.
Os mergulhadores profissionais podem ser submetidos a exames médicos suplementares, como de funcionamento do coração e dos pulmões, provas de esforço, de audição e de visão, bem como radiografias ósseas. Além disso, é absolutamente necessária uma formação adequada para mergulhar.
Quadros clínicos que podem impossibilitar o mergulho
– Abuso de álcool ou drogas
– Congestão nasal e dos seios paranasais, crônica ou de curta duração
– Diabetes, tipo 1 ou tipo 2, tratados com insulina (geralmente)
– Medicamentos que possam causar sonolência
– Desmaios
– Refluxo gastroesofágico, se grave
– Deglutição de ar habitual
– Doenças cardíacas, como doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, ritmos cardíacos irregulares, valvulopatias e defeitos cardíacos congênitos que permitem o vazamento de sangue venoso para o sistema arterial, como defeitos do septo atrial
– Hérnia inguinal que não tenha sido reparada
– Comportamento impulsivo ou tendência a sofrer acidentes
– Problemas pulmonares*, como asma, cistos pulmonares, DPOC ou antecedentes de pneumotórax (pulmão colapsado)
– Obesidade
– Idade avançada
– Síndrome do pânico
– Incapacidades físicas
– Capacidade cardiovascular insuficiente
– Gravidez
– Ruptura do tímpano
Redação Vida & Tal
Fonte: Manual MSD.