A separação da atriz Larissa Manoela de seus pais ganhou grande repercussão, principalmente, depois que ela abriu mão do patrimônio de R$ 18 milhões; fruto do trabalho que começou, muito cedo, com a novela Carrossel. Larissa quebrou o silêncio sobre o motivo do afastamento dos pais e da briga judicial, no último domingo, em entrevista para o programa Fantástico, da TV Globo.
Tudo começo quando a atriz fez 18 anos e quis entender mais sobre os contratos que havia assinado durante sua carreira. Segundo a psicóloga Ana Streit, nem sempre é fácil avaliar as questões de controle e dependência x confiança e liberdade nas nossas relações.
“A dependência da Larissa era uma dependência que era necessária na infância, pois ela era uma criança e precisava dos pais para cuidar de contratos, dinheiro e questões do mundo adulto. Mas, a medida que as crianças vão crescendo, mesmo na adolescência, elas precisam ir assumindo mais responsabilidades. E com isso, o sujeito dever ir recebendo mais liberdade de escolha, mais autonomia e poder de decisão, ainda mais no caso da Larissa, que o dinheiro é fruto do trabalho dela”, comenta.
As crianças dependem de um cuidador, elas não têm condições físicas, financeiras, nem emocionais para decidir por si. E durante a infância, elas não sabem avaliar se aquilo que os pais fazem é correto ou não.
”Quando a criança vive em uma família de muito controle, ela não consegue enxergar que esse controle está excessivo. Isso, infelizmente, é mais habitual do que se imagina. No caso da atriz, o fato dela ter que pedir autorização dos pais para ter acesso ao seu próprio dinheiro, mesmo depois de completar 18 anos, explicita uma questão de controle e autoritarismo nessa relação. Ainda mais se os pais demonstrarem incômodos e surpresa diante de tais questionamentos que são naturais e saudáveis, conforme seu relato”, explica Ana.
A especialista pontua que em alguma medida sim, vai existir a confiança, mas é importante avaliar o quanto existe de liberdade junto com essa confiança. Porque se a confiança está podando a liberdade, mesmo que não exista conflito aparente, a relação se torna tóxica.
”É importante que em qualquer relação, a pessoa fique atenta se há coerção, privação, pois esses são pontos presentes em uma relação abusiva. Controle e dependência são aspectos emocionais que são velados, é muito difícil enxergar isso. Quando a pessoa confia e o laço de confiança não avança, ela não deve ficar no lugar de dependência e precisa começar a questionar esse relacionamento”, a psicóloga finaliza dizendo que uma relação saudável é baseada em autonomia, reciprocidade, colaboração. E quando não há espaço para esses aspectos, e a pessoa tenta buscá-los, a relação não comporta, é como se ela se quebrasse.
Redação Vida & Tal