No mês de combate ao câncer de mama, a Maternidade Climério de Oliveira (MCO-UFBA/Ebserh), em Salvador (BA), realiza um mutirão com palestras e atendimento especializado para 100 mulheres que aguardam na fila para consultas e exames de mama. A iniciativa, fruto de uma parceria com a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica – Regional Bahia (SBOC-BA) e o Hospital Aristides Maltez (HAM) com o apoio da Associação Baiana de Medicina (ABM), acontece neste sábado (16), das 7h30 às 12h30.
Como medida de enfrentamento ao câncer de mama, o mutirão deste sábado vai atender a 100 pacientes da Maternidade Climério de Oliveira que estão na faixa de risco ou que possuem histórico familiar da doença. Essas pacientes contarão com atendimento integral no mesmo dia, realizando consultas, ultrassonografias e mamografias.
A oportunidade também serão realizadas rodas de conversa com uma equipe multidisciplinar composta por psicólogas, enfermeiras, nutricionistas e fisioterapeutas, com abordagem de estratégias de prevenção e combate a esse tipo de câncer. Os casos suspeitos da doença serão encaminhados para o ambulatório de Mastologia do Hospital Aristides Maltez, obedecendo aos critérios de admissão do serviço.
Dados
O câncer de mama é uma das doenças cuja prevenção e tratamento foram afetados pela pandemia de covid-19. Um estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) indica que o número de mamografias realizado na rede pública diminuiu 42% no ano de 2020 em comparação a 2019, caindo de mais de 1 milhão e 900 mil exames para pouco mais de 1,1 milhão, totalizando 800 mil exames não realizados.
As estimativas da taxa de detecção da doença a partir do exame de mamografia, apontam uma média cinco casos diagnosticados a cada 1mil exames realizados. Isso sugere que cerca de 4mil casos de câncer de mama não foram identificados apenas no ano de 2020.
Ainda de acordo com o Inca são estimados para este ano, no Brasil, 66.286 novos casos de câncer de mama. Cerca de 30% deles podem ser evitados com a mudança de hábitos, adotando uma rotina saudável.
Câncer de mama e obesidade
Entre os fatores que aumentam o risco de desenvolvimento do câncer de mama, alguns podem ser evitados e outros não, de acordo com a oncologista Renata Cangussu.
“O envelhecimento, histórico familiar da doença e mutações genéticas herdadas são fatores que não podem ser evitados pela mulher. Porém, há fatores de risco evitáveis que estão ligados ao estilo de vida. Por isso, nossa recomendação é controlar o excesso de peso, praticar regularmente atividades físicas, evitar o excesso de bebida alcoólica, não fumar e amamentar”, salienta a especialista.
Diagnóstico precoce
De acordo com a oncologista, o câncer de mama pode ser detectado em fases iniciais, em grande parte dos casos, aumentando assim as chances de tratamento e cura.
“Todas as mulheres, independentemente da idade, podem conhecer seu corpo para saber o que é e o que não é normal em suas mamas. A maior parte dos cânceres de mama é descoberta pelas próprias mulheres. Além de estar atenta ao próprio corpo, também é recomendado que mulheres acima de 40 anos façam uma mamografia de rastreamento anualmente, mesmo quando não há sinais nem sintomas. Esse exame pode ajudar a identificar o câncer antes do surgimento dos sintomas”, explica.
Mamografia
É uma radiografia das mamas feita por um equipamento de raio-X chamado mamógrafo, capaz de identificar alterações suspeitas. Mulheres com risco elevado para câncer de mama devem conversar com sua/seu médica/médico para avaliação do risco e decidir a conduta a ser adotada. A mamografia diagnóstica, assim como outros exames complementares com finalidade de investigação de lesões suspeitas da mama, pode ser solicitada em qualquer idade, a critério médico.
Redação Vida & Tal
Fonte: Brandão Comunicação.