“Qual o preço do sucesso?” Essa é uma pergunta clichê que, muitas vezes, passa desapercebida, porém é algo determinante para qualquer pessoa seja em qual área for: profissional, amorosa, familiar… Para muitos, o assunto ainda é algo estereotipado, mas a Síndrome de Burnout é real e já está tomando proporções epidêmicas, com diversas vítimas em todo o mundo.
A dermatologista Paula Sian Lopes sempre acreditou que dedicar-se incansavelmente à sua carreira era a escolha mais inteligente. A profissional almeja grandes voos, e muitos deles já foram realizados. O trabalho sempre foi uma válvula de escape para fugir de aflições pessoais e, por esse motivo, não percebia que a cada dia estava mais imersa neste quesito.
Até que em 2020, entre seus atendimentos e sob pressão, teve um ataque de pânico. Sua crise foi tão intensa, que após um atendimento médico, foi imediatamente afastada por tempo indeterminado de suas funções.
“Minhas jornadas de trabalho eram intensas, sem contar os intermináveis cursos e especializações que me matriculava a todo momento. Essa dedicação era um mecanismo de defesa para fugir de um relacionamento amoroso abusivo em que estava e atender as expectativas dos meus pais ao longo de minha vida”, relata a dermatologista.
Paralelo aos problemas pessoais, Paula também estava enfrentando uma relação tóxica com sua chefe no ambiente corporativo. A exaustão foi tanta que seu cérebro literalmente ‘pifou’. Segundo a dermatologista, seus dias eram aterrorizantes, com episódios longos de muitas lágrimas, tristezas e melancolias.
“Cheguei a passar 24 horas chorando sem parar. Até que a ficha caiu e busquei ajuda médica. Iniciei o tratamento e passei a tomar as decisões mais importantes para sair daquele estado que, confesso, eu mesma me coloquei”.
Uma das primeiras decisões foi pedir demissão do trabalho e, na sequência, sair do relacionamento abusivo. De acordo com a autora, passar pelo processo foi doloroso, porém transformador a ponto de tornar-se um livro onde relata sua trajetória – desde os gatilhos de infância, até os problemas que, como diz, “foram a gota d’água para sua primeira e mais grave crise”.
Sua intenção nunca foi escrever uma obra científica sobre diagnóstico e tratamento, e sim proporcionar uma experiência de vivência real da doença do ponto de vista do ser humano.
“Existem diversos livros escritos por renomados especialistas, mas ainda há poucos relatos de quem teve que lidar com a síndrome e resistir ao seu próprio pré-conceito de que aquilo não existia. Foram inúmeras tentativas de desistir, de me curar e, por fim, ressignificar toda uma vida”, relata.
Um Burnout para chamar de seu
“Um Burnout para chamar de seu”, publicado pela Editora Viseu, é uma obra real de quem vivenciou os estágios profundos da doença e tornou-se a principal ferramenta terapêutica da autora. O livro foi construído na medida em que Paula Sian Lopes também se reconstruía e a cada linha escrita, encontrava alívio e compreensão sobre tudo que estava passando.
Dermatologista consagrada, Paula explica, de maneira simples e objetiva, o que é a síndrome e ajuda a identificar os sintomas e a ter uma vida mais saudável, plena e feliz. A publicação já está disponível para venda e, em breve, será realizado o coquetel de lançamento com a presença dos profissionais que a ajudaram a retomar sua qualidade de vida, convidados e outras vítimas do Burnout.
Redação Vida & Tal